segunda-feira, 23 de junho de 2014

A esvoluçlão da estética


A  evolução  da estética
                                                                      
 

Nenhum aspecto   da arte evoluiu tanto na historia quanto  a estética... Ainda hoje, muitos nem separam uma palavra da outra. Estética é arte, arte é estética. Mas quem acompanha um pouco as manifestações contemporâneas da arte, tem visto que esse  conceito já não existe. Um monte de sucata enferrujada  e gasta jogada num canto pode ser uma  obra de arte E indo mais longe ao século  XVII Rembrandt pintou  um boi esquartejado Que distancia das figuras angelicais de Renoir com seus rostos corados.

Mas  o que é a estética e quando os artistas começaram    criar  obras com equilíbrio, composição, ordenação e proposição?

Cada técnica  seguiu um  caminho.

Dizem que até na Grécia  classica o conceito de estética não existia. Aristóteles foi o primeiro a dizer o que era  isso, mas  Platão professor dele, ligava o belo ao bom, quer dizer, o belo estava ligado à moral. E todas aquelas maravilhas eram criadas baseadas no que?  

É  bom lembrar que a Grécia tão valorizada por criar todas o s parâmetros  vigentes no ocidente, como a democracia, a arte, a filosofia, a literatura, a  arquitetura  e  etc, só amava o belo da natureza. O feio, o mau, era descartado. Crianças que nasciam com deficiências fisicas eram atiradas  num precipício, permanecendo só os belos capazes e perfeitos. Os bons.   Se a arte, mesmo sem parâmetros esteticos se baseava na natureza animal e vegetal, então tinha que ser perfeita. Os artistas faziam   copias do que já havia sido criado. Os que criavam  obras “feias” ruins, eram multados. Então só ficou o belo.  Daí porque  só conhecemos da arte grega o perfeito.

Mas  voltando atrás, esse mesmo principio deve ter valido para os artistas da pré historia e posteriormente os do Egito, onde também não havia cânones estéticos, mas religiosos. Na pintura, onde os cânones estéticos são diferentes da escultura.   artistas  pintavam magnificamente paredes em amplos   espaços. A harmonia devia ser um  dom nato do artista, porque o que sobreviveu mostra verdadeiras obras de arte. .

Já no Egito a  religião fez com que copiassem ipsis literes a natureza.O retrato devia ser exatamente como a  aparência do morto, na  porta do sarcófago. Assim, o canone a seguir era a natureza, Antes do século XV quando Leonardo determinou as relações do corpo humano, os egípcios  olhavam e tentavam recriar harmoniosamente  a criação humana e animal como ela era E havia escolas onde deslizes eram  corrigidos. Não estavam objetivando criar uma obra de arte esteticamente correta, mas  uma  copia  do já existente  E em milênios não era permitido  inventar, A natureza estava ali, do mesmo jeito, o homem tinha dois braços, dois olhos, uma cabeça.

E a pintura, apesar de engatinhar nessa época,  na decoração    dos tumulos é, não só muito agradável , harmoniosa,, descritiva como original. Ninguém na época fazia igual. Nem noutra época,  

A copia da natureza na antiguidade  deve ter permeado sobretudo a escultura. Mas o artista   levou tempo para   aprender a copiar figuras     Hà mais de vinte mil anos,  as vênus de pedra ou barro, de pequenas dimensões, eram  sempre  feias, uma mais que a outra.       Dizem que as primeiras esculturas nem foram em cerâmica ou pedra mas em ossos de animais e humanos. A habilidade  foi evoluindo. Na Mesopotamia as esculturas ainda eram pesadas, mas no Egito podiam ser leves  graciosas e proporcionais, Um exemplo de arte escultórica impressionante é a estatua de Miquerinos, em bronze  que está no Museu de Chicago em bronze.

 Milênios de pratica depois, ficou fácil fazer uma imagem `a semelhança do homem.. Mas na  pintura criar um quadro esteticamente  razoável não dependia apenas de  observar bem o tamanho da arvore, das flores, do campo ou da montanha, as proporções dos animais e do homem. No quadro, tinha que ficar equilibrada. Então só dependia da sensibilidade artistica do pintor. A paisagem só aparece na Europa no século XVIl, porque antes a igreja só mandava pintar santo, também de acordo com os cânones religiosos, não~estéticos. , Mas na China, parece  ter começado uma escola de paisagistas. . Antes que na Europa, as escolas  de arte estabeleciam padrões estéticos que tinham que estar em harmonia com a natureza. No século X a  pintura foi elevada às arte maior. .  E essa pintura conhecida hoje mostra que quando na Idade Média  filósofos estabeleceram  teorias estéticas,  o que foi ensinado aos artistas nas Escolas européias era  similar à estética chinesa.

 A estética tem  como base a natureza desde sempre O que muda na expressão artistica   é que  um artista de talento enxerga a natureza de maneira singular, ao passo  que  os demais olham e registram de maneira  vulgar; Van  Gogh elogiou o seu conterrâneo Rembrandt dizendo que ele retratava a velhice com todas as suas marcas, a vida gasta, a realidade, a dor. E ele também via beleza  nos girassóis secos, com sua vida se  esvaindo.

Já a arte islâmica, na maioria das vezes obedecendo as leis mosaicas que proibem a copia da figura, teve que recriar a natureza. Os mulçulmanos achavam que copiar a figura ou a natureza era querer imitar Deus,concorrer com Ele.  e isso era heresia. Assim, na busca de outras formas, o resultado é sensacional  tudo recriado. Vê-se nos tapetes  a natureza estilizada , e tão maravilhosamente harmonioso e com cores  perfeitamente  combinadas;

 O olhar  do apreciador  também  muda porque hoje pór exemplo, contemplando uma obra que  nos chega de milênios atrás,  nosso olhar acha belo não apenas a criação do artista, mas o que o tempo acrescentou a ela, sujeira, danos etc isso tudo somado às condições em que foi criada numa época em que tudo era tão difícil. Quer dizer, o contexto cultural .. No Seculo V antes de Cristo, um ateniense teria achado ridículo alguém colocar num museu (os museus já existiam lá) uma vênus de mármore da qual a pintura, tão vibrante havia desaparecido , sem um ou dois braços ou  desprovida de  cabeça ou nariz; Para nós, a essa arte nada falta, mesmo porque talvez o tempo ajude a finalizar a obra. O mármore, branco, assim  como a porcelana na China, valoriza  a habilidade do  escultor destacando-a, a pintura só a mascara,

O que vemos hoje é justamente isso, o artista tenta mostrar que não é o perfeito que é belo. Mas talvez o imperfeito, o imprevisto, o inacabado.